Em depoimento à CPI do BNDES nesta terça-feira (27), o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega insistiu na defesa à política econômica da presidente Dilma e aos repasses de recursos do Tesouro Nacional. Em resposta ao deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO), o ex-ministro afirmou que o banco tem regras rígidas, e as operações de crédito são definidas por técnicos, sem qualquer motivação político-partidária. “Não há essa vinculação. O BNDES tem de estimular o crescimento e a produtividade. Isso com quem quer que seja. Não há nenhum partidarismo na liberação dos recursos”, declarou Mantega, que presidiu o banco entre 2004 e 2006.
Alexandre Baldy destacou, ainda, que a sociedade vive hoje as consequências de uma política econômica irresponsável, com desemprego, inflação, crise no setor elétrico e aumento de impostos. Enquanto o país sofre, o BNDES emprega recursos públicos em obras no exterior, como o Porto de Mariel, em Cuba. “É importante tirar imposto do povo para investir em um porto em Cuba enquanto há portos no Brasil com filas enormes, produção sendo perdida e custo com infraestrutura subindo?”, questionou.
O ex-ministro respondeu ainda que não houve uma política, por parte do BNDES, de concentrar empréstimos para as chamadas “campeãs nacionais”, grandes grupos econômicos brasileiros com maior potencial de inserção no mercado mundial. Segundo ele, os empréstimos do banco são baseados apenas no interesse das empresas e na capacidade de pagamento delas. “Eu não vi mudança de comportamento do BNDES em relação a isso [foco nas campeãs]. É claro que existem companhias maiores, que recebem mais recurso porque os projetos são maiores”, argumentou.
O ex-ministro atribuiu à “crise mundial” o desastre na economia brasileira e afirmou que todos os países emergentes serão afetados. Ele defendeu a política de injetar recursos do Tesouro Nacional no BNDES para sustentar linhas de crédito do banco. Baldy enfatizou que as previsões foram incorretas e não correspondem à verdade.
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