Em entrevista ao Jornal O Popular, Baldy fala sobre o papel do PP nas eleições deste ano

O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, concedeu entrevista ao jornal O Popular nesta última segunda-feira (25). Ele falou sobre as eleições 2018, especulações sobre apoio do Progressitas dentro do cenário regional e reiterou que o partido terá até o dia 5 de agosto para decidir apoio ao melhor projeto para Goiás.

Leia a entrevista:

O comentário é que o sr. está sofrendo pressão de todos os lados. Do presidente Michel Temer (MDB), para que o PP apoie Daniel Vilela. Do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), para que o partido feche com Ronaldo Caiado. Até que ponto a pressão nacional vai intervir numa decisão do partido regionalmente?

Realmente, existe uma pressão. O presidente Temer sempre solicita que tenhamos condição de avaliar a candidatura de Daniel Vilela com todo carinho e apreço, assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, solicita que apreciemos a candidatura do senador Ronaldo Caiado com atenção. A aliança do PP com o DEM nacionalmente tem um peso. Da mesma forma que a influência do presidente da República. Mas faremos, com toda a cautela, a avaliação de quais são as melhores situações para que possamos eleger as maiores bancadas de deputados federais e estaduais. Esta será nossa prioridade. Um partido com a envergadura do PP, com o tempo de TV que possui e que hoje conta com o ministro da Cidades presidindo o partido no Estado, tem quadros suficiente para oferecer à chapa majoritária, seja a senador ou a vice-governador.
A posição do sr. no Ministério das Cidades de fato pode pesar na hora de uma aliança visando a eleição de outubro?
Neste momento, o PP tem a maior capilaridade política do País e, com certeza, isso refletirá no Estado. Em todo o País, o partido tem sido muito requisitado. Em Goiás, pelo fato de o presidente da sigla ser ministro, não há dúvida de que o apoio da legenda terá um peso muito maior. Isso se dá pela nossa capilaridade e pelas nossas bases, visto que temos três deputados federais.

O ex-governador Marconi Perillo, responsável pela articulação política de Geraldo Alckmin a presidente da República, tem conversado com o PP nacionalmente. Passou por ele, por exemplo, o apoio da sigla a João Doria para o governo de São Paulo. O sr. tem conversado com Marconi em relação a Goiás?

Conversamos quase que semanalmente. Estive na articulação do PP com João Doria. Atuei diretamente nessa questão, a pedido dele. O PP tinha anunciado apoio a Márcio França (PSB) e atuamos para que isso pudesse ser reavaliado. Então, nós dialogamos. Em Goiás, esse pedido de apoio para José Eliton tem sido reiterado, mas tenho dito que ainda é muito cedo para que possamos definir apoio a ele, a Daniel Vilela ou a Ronaldo Caiado.

Nos bastidores, fala-se muito sobre a possibilidade de aliança do PP com o MDB de Daniel Vilela, que não apresentou ainda uma chapa proporcional competitiva. Sendo a prioridade do PP a eleição proporcional, como ficam as conversações?

Temos pré-candidatos competitivos, como os que estão no mandato, Roberto Balestra, Heuler Cruvinel e Sandes Junior. Mas também temos bons nomes que não detêm mandato, como Adriano Avelar, Professor Alcides e Fernando Cunha Neto. Então, temos quadros qualitativos para contribuir substancialmente em qualquer chapa proporcional que estivermos. Agora, é claro que teremos toda a cautela de observar se essas coligações serão boas para os nossos candidatos.

Ronaldo Caiado tem liderado as pesquisas no Estado e muitos acham que essa perspectiva de poder pode levar o PP a fechar com ele. É isso mesmo?

Toda perspectiva de poder é sempre levada em consideração. E agora não será diferente. A cada semana que o senador Caiado fica na liderança, seu nome atrai atenções diferenciadas e nenhum ator político é hipócrita em dizer que releva uma liderança como essa.

Heuler Cruvinel tem sido apontado como uma das possibilidades para a vice de José Eliton. Vanderlan Cardoso ainda aparece na disputa ao Senado na chapa governista. Porém, aliados do governador têm dito que a postura do sr., de não dar posições claras, tem enfraquecido esses nomes à disputa por cargos. Como vê isso?

A força do PP está em seu conjunto de atores. É o único partido no Estado cujo presidente é ministro de uma pasta com tamanha força. Então, acredito que nenhum pré-candidato deixará de reavaliar sobre o apoio que o partido possa dar. Logo, temos serenidade. Somos da base do governo José Eliton, porque ajudamos a elegê-lo em 2014. Então, seremos da base até 31 de dezembro. Agora, para o pleito eleitoral, temos até 5 de agosto para definir quem será o candidato apoiado por nós, dialogando sobre as chapas proporcionais e sobre os quadros que temos à majoritária. Temos, por exemplo, Fernando Cunha Neto como possível vice em qualquer chapa. É de Anápolis e já exerceu mandato – foi vereador. Então, temos muitos nomes para dar sustentação a Daniel Vilela ou José Eliton para buscar o desafio de enfrentar Ronaldo Caiado. Ou até mesmo para consolidar a liderança de Caiado.

A demora em uma definição não pode tirar do PP a oportunidade de conseguir indicar nomes na chapa majoritária do governo, por exemplo, que é mais disputada?

Hoje, qualquer candidato precisa do PP. Os que estão atrás precisam de força para enfrentar o líder. E o líder, de força para consolidar sua liderança. O tempo de TV que possui o partido, assim como sua base, que é determinante, com certeza não serão colocados de lado por qualquer um dos candidatos.

Embora digam que vão apoiar o governo, a prioridade dos deputados será, em primeiro lugar, suas respectivas reeleições, independentemente de chapa. Com os prefeitos, que dependem financeiramente do Estado, a conversa é um pouco diferente. O sr. vê possibilidade dos prefeitos apoiarem um candidato de oposição?

Quando o partido tomar a decisão de apoiar o candidato A ou B, é claro que requisitará que toda sua base também apoie esse candidato, porque, de maneira serena, vamos buscar a vitória. Ninguém vai colocar em risco qualquer uma das candidaturas. Os deputados federais que vão à reeleição buscam a melhor condição de articular politicamente. Então, vamos valorizar o tamanho do PP hoje, sabendo os prefeitos que a intenção, de minha parte, é sempre buscar o melhor. O projeto que desejamos é aquele que seja o melhor para as pessoas. E, claro, os prefeitos, que gerem a vida das pessoas no dia a dia, serão os mais beneficiados.

Parte da base vê como certa a candidatura à reeleição de Lúcia Vânia (PSB), o que fecharia a chapa ao Senado, visto que a primeira vaga já está definida para Marconi Perillo. Qual a sua avaliação ?

Acredito que, como ainda não há alianças formadas, é prematuro afirmar que qualquer candidatura é certa. Temos até o fim do prazo das convenções para oficializar os nomes.

A posição de Marconi Perillo na chapa não é certa?

O governador Marconi tem uma trajetória de êxito e, pela habilidade e reconhecimento político, pode, em algum momento, ser chamado para qualquer outro projeto fora de Goiás. Aí, não teremos a vaga certa. O cenário é de indefinição.